O governo dos Estados Unidos duvidou em 2009 do complô frustrado para assassinar o presidente boliviano, Evo Morales, e suspeitou de uma armação contra a oposição na rica região de Santa Cruz, revelam despachos vazados pelo site WikiLeaks e publicados nesta quinta-feira.
Os despachos, de maio de 2009, se referem à operação policial de 16 de abril do mesmo ano em um hotel de Santa Cruz (900 km a leste de La Paz) que terminou com a morte de três cidadãos europeus e a prisão de outros dois, que seriam mercenários contratados para matar Morales.
O grupo era liderado pelo húngaro-boliviano Eduardo Rozsa, um dos mortos no incidente.
Segundo o despacho da embaixada americana ao departamento de Estado, a operação deixou muitas dúvidas e serviu como motivo de perseguição a líderes da oposição em Santa Cruz.
A embaixada comunica que "um contato ligado aos líderes de Santa Cruz afirma que o vice-presidente (Alvaro) García Linera e o ministro (Juan Ramón) Quintana planejaram os eventos, incluindo o recrutamento do grupo de Rozsa".
O despacho aponta que o plano visava "derrubar Branko (Marinkovic -líder cívico), Rubén Costas (governador de Santa Cruz) e outros" opositores.
A operação policial matou Rozsa Flores, o irlandês Michael Dwyer e o romeno Arpad Magyarosi. Foram detidos o húngaro Elod Toasó e o boliviano-croata Mario Francisco Tadic.
Diante da reação do governo ao incidente, vários líderes da direita boliviana fugiram do país.
Para a ONG Human Rights Watch, "as circunstâncias do tiroteio não foram esclarecidas".
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